A aventura de Antonio "Tony" Montana

Chão e mais chão, eu não via a hora de chegar logo nesse lugar, aquilo já estava me deixando mais do que cansado, ainda mais depois daquele imprevisto com aquelas larvas nojentas. Quem tava se dando bem era Herrera, que tava de boas sobre meu ombro, apenas observando. Mas nem reclamei, ele merecia depois de acabar com aqueles insetos nojentos.

- O que que deu agora? É mais uma pegadinha sua? - Perguntei a May quando percebi ela toda apreensiva.

- Não...hoje é o dia. Venha comigo.

Ela segurou o pulso de Tony e o puxou para o meio do mato. Hererra se escondeu atrás da cabeça do treinador, claro que o gangster era muito mais forte do que May, mas ela possuía uma força que ele nem sonharia que ela tivesse, o que o pegou desprevenido. Após alguns minutos puxando-o, ela parou e ficou em silêncio.

- Deveriam estar por aqui...

Depois de ser arrastando em meio aquele mato todo, sendo arranhado por alguns galhos e folhas navalhas, desvinculei meu braço das mãos de May e falei um pouco mais alto.

- Mas que foi caralho? O que que tem por aqui? Se for outros dos seus insetos, juro que corto todo o seu cabelo mulher.

May respirou fundo mas não se virou, estava atenta ao arredores. Deu alguns passos para a frente, pisando com cuidado. Hererra subiu na cabeça de Tony e olhou em volta.

- Em Brazen, todo dia 31 de dezembro, as pessoas buscam realizar os seus desejos e se preparar para o próximo ano. Ésses dias são chamados de ciclo de Arion.

Ela continuou andando pelo meio da mata, continuando a falar. Pela primeira vez o seu Kpad estava guardado na sua bolsa.

- Rezam as lendas que Arion é o pokemon da renovação, da busca pela evolução. Aqui, veja...

May pegou um aparelho avermelhado, parecendo um feijão grande, e se virou para Tony, mostrando uma imagem holográfica para ele.

Fiquei escutando atentamente o que May dizia e dei uma olhada naquele pokémon fodástico que apareceu na minha frente, ele era lindo e tinha um olhar intimidador. Meu olhos observava cada detalhe dele atentamente, ter ele no time seria tão foda, mas aquilo era quase impossível de acontecer, já que pela história que a gostosona disse, ele deveria ser do tipo lendário.

- Po show de bola ele mas... como ele não tá aqui, vamos voltar a nossa rota logo?

Ela guardou o aparelho e continuou andando.

- Tome mais cuidado como fala, Tony, Arion é um pokemon sagrado e muito importante para muitas pessoas. E é óbvio que ele não esta aqui, nessa época do ano ele voa sobre a Torre da E4 até desaparecer daqui alguns dias. Estamos procurando um pokemon mais específico. Fique bem atento.

Herrera começou a abanar o rabo dele, parecia animado com a caçada e olhava para os lados de tempos em tempos, bagunçando o cabelo de Tony.

- Cuidado onde pisa, eles são pequenos, tirando pelas suas penas, eles são os menores pokemons de Brazen.

- Nossa, como você é chata hein? Falei de boas, sacou?

Comecei a andar cuidadosamente seguindo ela, e mexi um pouco o ombro para Herrera sossegar. Eu sentia que algo de ruim estava me aguardando, se eu bem conheço o narrador dessa história.

- Já pressinto que cairei em outra armadilha... Mostra ai o que você tá procurando, talvez eu possa ajudar.

Hererra saltou da cabeça de Tony e foi até um pequeno arbusto de folhas verdes que estava no chão. Ele apontou para ele e sorriu, gritando e chamando os outros.

- Procurando, eu ajudar!!

May se aproximou do arbusto, não passava de um palmo de altura. E ao prestar mais atenção, tony percebeu que eram cinco deles. Suas folhas tinham um tom verde meio descolorido.

- Muito bom Hererra, mas é o Feadraift que procuramos e não os Oddishs.

Hererra parecia chateado, mas Tony pode observar algo entre as folhas dos Oddishs. Não sabia o que era, mas algo não verde estava ali no meio.

Herrera de um tempo pra cá, vem sendo muito útil pra mim. Conseguiu derrotar aqueles insetos, e agora tá se esforçando pra ajudar na procura do pokémon que a May tanto fala e procura.

- Eu conheço esses pokémons... Mas pera... - Disse tocando nos ombros da May, a segurando antes que ela saisse de cena. - Que porra é aquela ali no meio do mato?

Eu não tinha muita certeza do que estava vendo, mas podia afirmar que aquilo dali não era nada comum.

May deu um sorriso ao se aproximar novamente do pokemon planta. Ela sorriu ao perceber do que se tratava e deu um passo para trás.

- Muito bem, eu estava querendo que o professor de Benoh te introduzisse a tecnologia dos treinadores, mas acho que você pode ir usando a minha. É bom que não quebre.

Ela mexeu no seu bolso e entregou um aparelho para Tony.



- Muito bem, sua primeira missão: capture 3 desses pokemons que estão nas folhas desse Oddish. Tome, cinco pokebolas para você usar.

Hererra a olhou chateado, então ela entregou três para Tony e duas para o Hererra. Depois se sentou numa das raízes de uma das árvores e voltou para o seu Ipad.

- Tome o seu tempo.

Herrera estava certo, era o que a May estava procurando todo tempo naquela floresta um pouco densa. Por esse feito, ela me entregou um aparelho que eu não fazia ideia pra que servia, e muito menos de como usa-lo.

- Tá, legal, pra que serve isso? - Disse mostrando o aparelho pra ela enquanto dei uma olhada pra Herrera e disse: Ae, se quiser começar a tentar, pode tentar. Saiba que o Oddish tem fraqueza contra tipos voadores, então você vai se dar bem se atacar ele, só cuidado com ataques venenosos, que esses bichos são fodas.

Me afastei um pouco e olhei pra May esperando uma explicação sobre aquela merda que eu tava segurando.

May o olhou de canto de olho e suspirou, ela sabia que não era culpa dele não saber como aquele aparelho funcionava. Ela passou a mão colocando uma mexa do seu cabelo atrás da orelha e sorriu.

- Pokedex, escaneie.

Imediatamente a imagem do pequeno pokemon apareceu numa imagem holográfica acima do aparelho.



“ Feadraift, o pokemon Filtro de Sonhos. Feadraift costumam flutuar pelas florestas em busca de pokemons sonolentos e dormir com eles, trazendo sonhos tranquilos. Normalmente vivem em bandos, sendo considerados um sinal de boa sorte. “

May deu um sorriso e arrumou os óculos conforme voltava a sua atenção para a sua Kpad. O Feadraift parecia estar adormecido enrolado nas suas penas. Hererra se aproximou e olhou para ele com curiosidade, porém não o atacou. Pelos seus gestos, ele não queria atacar um pokemon bom e que estava dormindo.

Depois de saber o que era, e como funcionava, pude ver claramente aquele minúsculo pokémon e saber um pouco sobre ele. Eu sinceramente não achava ele nem um pouco útil, fora que ele era totalmente inofensivo, me fazendo compartilhar da mesma ideia de Herrera.

- Meu, o bicho tá quieto ali... pra que diabos tem que pegar ele? Não vejo nenhuma razão pra isso.

Dei uma coçada na minha cabeça e fiquei observando o pokémon adormecido.

May respirou fundo conforme se ajeitava e arrumava os óculos. Suas pernas estavam dobradas, quase fornecendo uma visão que Tony desejava.

- É uma tradição de Benoh, durante a época da renovação, costuma-se capturar esse pokemon e dá-lo as pessoas mais importantes para você. No caso, eu preciso de três deles, tanto pela tradição, quanto para futuros estudos sobre o mundo dos sonhos.

Hererra levantou os ombros e escalou Tony, sentando-se no seu ombro. Em seguida ele apontou para o pokemon adormecido.

- Saquei... vocês são cheio de tradições bestas, puta merda... - Olhei pra Herrera sobre o meu ombro e disse: Joga uma das suas nesse pokémon Herrera, vamos ver se tu é bom mesmo na captura. - Disse em tom de desafio pra estigar a vontade do pássaro em pegar aquele bicho.

Enquanto esperava a ação de Herrera, fiquei olhando entre as copas das árvores pra ver se achava algo de interessante em que eu pudesse pegar pra mim.

- Quando esses seres entrarem em extinção, não fiquem pesquisando o por que, já que o motivo é tão óbvio e sem nexo.

May suspirou, era um tanto quanto irritante alguém que nada conhecia sobre Brazen, criticar as suas tradições. Ela bem sabia sobre “tradições” pouco convencionais que ela tinha certeza que o gangster seguia, mas preferiu não entrar no mérito. Agora ele trabalhava para ela e ter aqueles pokemons era o seu objetivo.

- Não julgue um pokemon pela aparência, Tony.

Hererra suspirou e saltou do ombro de Tony, fazendo um gesto não muito bonito com a sua patinha. Em seguida se aproximou sorrateiramente do Oddish e tocou a sua pokebola no Feadraift, o qual virou um raio vermelho e entrou na pokebola. Esta se mexeu três vezes e completou a sua captura. Hererra olhou para Tony com um ar superior e lançou a pokebola para cima, segurando-a em seguida como se a mostrasse para o homem.

- Eu, bom, captura. Ver, se, você, é.

E deu o que parecia uma risada antes de jogar a pokebola para a May e subir no ombro de Tony novamente, dando uns tapinhas de leve na cabeça deste.

Menos um, agora só faltava dois. Parei pra pensar quando vi Herrera capturando aquele minúsculo pokémon. Eu não tava nem ai pras provocações dele, aliás, já tinha até me acostumado, e o importante eu já tinha conseguido com ele, que era que ele capturasse um daquele bichos pra termina logo essa missão.

Peguei uma das pokébolas dada pela May, e fiz o mesmo gesto que Herrera, me aproximei devagar do Oddish e levei o centro da esfera até um daqueles seres pequenos que se encontravam nas folhas do pokémon venenoso, encostando nele devagar pra tentar captura-lo. Maas, como bem conheço o narrador dessa história, ele vai inventar alguma coisa pra que a captura não seja efetuada só pra me ferrar, então vamos esperar o que vem por ai.

May suspirou enquanto via Tony tão animado com a captura. Para ela e para as pessoas que a rondavam, poder estudar e capturar um Feadraift era uma experiência muito enriquecedora. Ela suspirou enquanto Hererra capturava mais um dos pokemons e Tony completava a sua captura de um deles. No final, os três estavam capturados e Hererra ainda tinha uma pokebola e Tony duas. Ela se levantou quando os dois se aproximaram.

- Muito bem, muito obrigada. Acho que vocês vão precisar disso, considerem um presente de boas vindas.

Ela pegou as três pokebolas e deu para cada um mais três, estas vazias. Um sorriso aflorou nos seus lábios enquanto olhava para os dois. Então ela se virou e voltou a caminhar. Em alguns minutos estavam de volta ao caminho inicial e ao fundo podiam enxergar três aldeias distintas com uma gigantesca clareira entre elas.

- Essa é Cherymoya Town. Ela é composta por três aldeias: Guen, Ink e Huen.

Herrera subiu na cabeça de Tony para enxergar melhor. De repente May parou de andar e se virou para Tony, analisando-o de cima a baixo. Então guardou o seu Kpad na bolsa e prendeu o cabelo num coque alto.

- Tony, por favor, não se meta em encrencas. Antes de chegarmos, me conte um pouco mais sobre você.

Em um em um, os três minúsculos pokémons foram capturados por mim e por Herreira. Foi a captura mais fácil do planeta. Entreguei eles para May e como recompensa, recebi mais três pokébolas vazias pra pegar algum pokémon maroto que aparecer.

Fomos caminhando de volta ao percurso e já estávamos chegando a uma cidade bastante incomum, onde três aldeias formavam a cidade. Dei uma coçada na minha barba mal feita, e fiquei observando o lugar em cada detalhe. Herrera subia sobre a minha cabeça pra ter o mesmo ângulo que eu, talvez até melhor, enquanto May ficava me olhando. Estranhei aquilo, e antes de perguntar alguma coisa, ela já disparou algumas palavras me perguntando sobre meu passado.

- May, se liga, prefiro que você me conheça pelo meu futuro, e não pelo meu passado, sacou? Agora me responde uma coisa, essas três aldeias tem alguma coisa que diferencie uma da outra?