A aventura de Antonio "Tony" Montana

- Eu não to gostando nada disso.. Herrera, da uma sobrevoada ai pra ver o que você acha cara, faz algo de útil pra nós. - Disse enquanto balançava o ombro e tentava identificar de onde vinha os risos.

Hererra olhou para ele por alguns segundos. Por fim respirou fundo e deu um salto do ombro do Tony, já no ar ele começou a bater as asas o mais rápido possível, porém acabou se estatelando no chão. Mais risadas foram ouvidas e a água do lago começou a ondular mais que o normal. Hererra olhou com raiva para o mafioso e em seguida para o lago, jogando uma pedra que estava próxima dele no lago. As folhas se separaram um pouco mais, evitando o lugar onde a pedra tinha caído. Os risinhos continuavam.

- Ah ta, tu é o inútil, e eu sou o culpado? Puta que pariu hein? To fudido mesmo nessa vida... - Disse enquanto observa toda aquela movimentação daquele lago. - Quero ver até quando o engraçadinho ou sei lá o que seja vai ficar rindo sem motivo algum? Tá com uma vitrola risonha enfiada no rabo?

Pelo jeito Tony sabia como atingir o ego do pequeno Hererra. Ele estufou o peito e usou o sand attack no mafioso, enquanto girava e jogava areia no lago também. Os risinhos foram sobrepujados por tosses e quando a areia baixou, Tony pode ver olhinhos nas flores vermelhas.



Eram quatro pokemons que agora olhavam para a dupla com raiva. Pequenas esferas de fogo surgiam sobre a cabeça deles e a qualquer movimento seriam disparadas. Hererra estava com as asinhas abertas como se fosse uma estátua. Seus olhos miravam o treinador.

- Inutil....culpado...fudidos....

- Vai se fuder Herrera, ataca eles ali, não eu! Ah, foda-se! - Disse enquanto saia daquela lagoa e ia voltando pelo caminho que eu fiz pra chegar ali. Desde que botei os pés nesse continente maldito, só tenho me dado mal nessa merda toda, e ainda nem tinha descansado direito da viagem entediante que fiz até chegar lá.

Hererra olhou de canto de olho Tony sair andando do local. As Whirlilys pareceram se acalmar quando o pokemon deu alguns passos para trás e começou a seguir o treinador. Porém não sem antes mostrar a língua para elas. Ele planou até o ombro do gangster e ficou de pé, dando um tapinha na cabeça dele.

- Eu....não.....ataca....

O caminho parecia bem fechado pelos galhos e sem muito tempo ter se passado, Tony percebeu que estava perdido. Estava muito calor, abafado, ele suava muito e já estava começando a ficar cansado. Hererra também suava, mas não estava cansado por motivos óbvios.

Eu sabia que aquela mata ia me confundir, é foda, já estava cansado de andar, e ainda por cima Herrera ainda ficava sobre meu ombro me pesando mais ainda.

- Não quer lutar... Não quer lutar... Tu é um froxo então. Sai do meu ombro que eu to cansado sacou? - Disse enquanto me sentava no chão repousando minhas costas sobre o caule de uma árvore.

Hererra o olhou com raiva e se aninhou ainda mais no ombro do Tony. A floresta parecia ser calma, tirando o pio de alguns pokemons ou o farfalhar das folhas. O som das ondas do oceano era baixo, mas ao se acalmar Tony pode ouví-las quebrando contra as pedras.

- Mas que bicho teimoso... - Resmunguei antes de fechar os olhos e tentar pegar no sono ouvindo aquele barulho de maresia se chocando contra as pedras. Aquele barulho para mim era relaxante, e parecia que finalmente eu teria meu momento de descanso depois de um inicio turbulento naquele lugar doido.

Para a sorte de Tony o local era bem calmo e com isso ele conseguiu dormir até a noite chegar. A floresta estava um breu total quando ele abriu os olhos ainda um pouco sonolento. Herrera estava esparramado em cima da sua barriga, babando. A lua oferecia uma luminosidade bem fraca, porém o som baixo das ondas e alguma música vinda de bem longe quebravam a monotonia.

- Caralho... Que escuridão é essa... Acorda ai Herrera, molhou minha roupa toda de baba. - Tentei forçar o meu olhar pra ver direito onde eu estava, e só conseguia ver um pouco das arvores e o chão por causa do raio lunar.

- Acordei de bom humor e me deparo com isso... opa, que música é essa? - Disse olhando para os lados tentando verificar de qual lado ela parecia está.

Hererra passou a pata nos olhos e bocejou, depois limpou o resto da baba na camiseta do Tony e deu um sorriso quando olhou para cima.

- Roupa toda bom essa....

A música parecia vir da direita, uma música animada e o som de pessoas rindo e conversando. Hererra também ouviu o som e chamou Tony com a pata para seguí-lo.

- Caralho. Bom essa !!

E saiu andando no meio do mato em direção a música.

Apesar do abuso de Herrera, eu deixei levar, eu estava de bom humor, aliás, sempre fico de bom humor depois de uma soneca, e parece que o pássaro tinha a mesma qualidade, ou defeito, o que seja.

- Saquei... to logo atrás... - Disse enquanto seguia Herrera que ia sendo levado pela música de algum grupo de pessoas que acampavam na praia. - Vamos da uma espiada...

Hererra saiu correndo na frente, afastando folhas e galhos, soltando-os ao passar, o que fazia com que Tony levasse muitos ataques no rosto. De repente ele parou e percebeu que algumas sombras dançavam ao redor de uma enorme fogueira. Suas sombras se esticavam pela areia, formando formas grotescas a dançar. Hererra ficou olhando a dança, parecia quase hipnotizado. Depois de prestar um pouco mais de atenção, Tony percebeu que não eram humanos e sim pokemons a dançar e cantar.

Depois de folhas e mais folhas em meu rosto, me deparei com a cena de alguns pokémons dançando em volta de uma fogueira alegremente, e Herrera observava aquilo com uma felicidade, parecia encantado com aquela bobeira toda. O céu estava cheio de estrelas, e a lua estava radiante, talvez eles comemoravam isso, não sei, era só uma suposição.

Forcei mais o meu olhar pra ver se eu já conhecia aqueles pokémons em algum lugar, já que a escuridão atrapalhava um pouco minha visão.

Era difícil distinguir os pokemons daquela forma, porém Hererra estava bem animado. Ele puxou a mão de Tony para irem lá, ele percebeu que não iria conseguir mover o grandalhão, então escalou o seu corpo e se sentou no ombro dele, apontando para a fogueira. Tony se concentrou nos pokemons, alguns pareciam ter folhas, alguns asas e outros garras e bicos. A variedade era bem grande.

Era tantos... que nem dava pra saber quais eram, só sei que era engraçado ver eles dançando daquela forma, e eu queria saber o motivo deles estarem assim, afinal, já tinha perdido meu sono mesmo.

- Bora da um pulo lá Herrera... - Disse me aproximando mais daonde ele estavam e me sentando na areia vendo eles de perto. Cheguei num clima amigável, amistoso, tava tranquilo e de bom humor.

Conforme se aproximava, Tony conseguia reconhecer alguns dos pokemons e ao se sentar, conseguia distinguir quase todos eles. Um Venonat saltava de um lado para o outro; alguns Ledybas voavam ao redor do fogo com Zubats e Woobats; alguns pequenos Surskits ficavam na beira do mar olhando e se balançando com as ondas; Volbeats e Illumises dançavam umas com as outras; Kricketot tocavam a música; Karrablasts pulavam que nem pulgas; Inkays e Chinchous brilhavam conforme dançavam ao redor da fogueira. Além deles, Tony conseguiu identificar Pachirisus, Marrils, Mankeys, Duckletts, Lotads, Budews, Deerlings, Psyducks, Poliwags, Shellders, Krabbys, Woopers, Corsolas, Wingulls, Corphishs, Clampearls, Buizels, Panpours, Tympoles, Claunchers e até mesmo Slowpokes.

- Não se aproxime mais, por favor, eu te peço.

A voz vinha de uma mulher alta, de longos cabelos loiros que lhe caiam até a cintura. Ela trajava um jaleco branco e por baixo um vestido tomara que caia azul escuro até os joelhos. Ela usava um óculos preto e era realmente bem charmosa. Hererra se sentou ao lado de Tony e sorriu pra ele conforme movia a sua cabeça ao ritmo da música. A mulher se sentou ao lado de Tony, deixando boa parte das pernas a mostra.

- Esse é a famosa festa de início do ano de Plum. A cidade foi fundada nessa praia por causa desse fenômeno. No começo do ano, os pokemons das redondezas vem comemorar o início do ano durante essa noite. Eu venho todos os anos e esse conta com alguns tipos a menos de pokemon, oito tipos a menos, para ser mais exata. Isso, infelizmente, confirma as nossas suposições. O professor não vai gostar disso. Você pode perceber como a folha dos Lotads esta mais escura? Percebeu que a cauda dos Buizels está mais curta? E o tamanho dos Clampearls, notou que estão menores e menos brilhantes? Até mesmo os Tympoles estão menos agitados...

Ela finalmente ficou em silêncio, observando e anotando em algo que parecia um Ipad. Ela cruzou as pernas e permaneceu em silêncio. Hererra parecia bem triste com as constatações da mulher, ele tinha gostado da festa, mas ele sabia bem do que ela estava falando.

- Eu...cauda....curta.....

Meu irmão, mas era muito pokémon, e tudo conhecido, chega fiquei meio perdido de tanta quantidade diferente que tinha por ali. Levei a mão a minha cabeça, dei uma coçada e fiquei olhando o showsinho deles de dança, luzes e os caralho A4. Observei também Herrera, acho que ele também vinha participar dessa confraternização, já que seu rabo balançava no mesmo ritmo.

- Porra mais que susto voc... - Fiquei estagnado por alguns segundos, já não bastava aquela festa aloprada dos pokémons, agora vinha uma gostosa do nada falar comigo, se eu não tivesse ajeitado o meu amigo pro lado antes dela chegar, acho que ele estava armado nesse exato momento. Ia ser bem constrangedor. - Tá beleza, mas por que?

A gostosona das pernas seduzentes começou a explicar e argumentar algumas coisas estranhas que vinha acontecendo com aqueles pokémons. Confesso que eu ouvi metade do que ela disse, já que eu estava ligado naquele decotão dela, mas o pouco que eu ouvi, deu pra perceber sua preocupação.

- Mas vem ca, tu tem alguma ideia do por que está acontecendo isso? - Escutei Herrera falando, e dei dois tapinhas de leve na cabeça de Herrera, consolando ele.

A mulher respirou fundo, fazendo com que os seus seios parecessem quase saltar pelo decote. Em seguida ela colocou a caneta nos lábios e olhou para Tony por cima dos óculos.

- Ainda precisamos de mais dados para chegar a alguma conclusão. Mas atualmente estamos com poucos treinadores que possam nos ajudar. Temos uma bolsa auxílio de 1000 pokedinheiros por mês, mas o continente é muito grande e poucos são os treinadores que possam realmente nos ajudar.

Ela suspirou e jogou os braços para trás, se espreguiçando. Até mesmo Hererra ficou olhando a cena com o bico aberto. Ele subiu na cabeça de Tony para ter uma melhor visão. Pelo jeito aquilo estava mais interessante do que a cerimônia.

Agradeci mentalmente aos deuses por eu ter ajeitado meu parceiro de cueca antes de encontrar aquela mulher, ela estava me instigando com aquela maneira natural de agir, ficando totalmente sensual aos meus olhos. Herrera, compartilhava da mesma visão que eu, e parecia ter o mesmo gosto que os meus.

Perdi um pouco o foco das palavras mas depois me recompus rápido, ainda mais quando eu ouvi a palavra dinheiro envolvido nesse diálogo.

- Opa, o assunto tá ficando interessante moça... aliás, qual é o seu nome ? E o que necessariamente a pessoa terá que fazer caso aceite essa proposta de investigar esse lance com os bichanos daqui?

Ela piscou duas vezes fortemente e depois se levantou rapidamente, seus seis pulando, provavelmente ela não tinha encontrado um sutiã do tamanho dela. Ela ficou sem graça e se inclinou para a frente.

- Me desculpe, que falta de educação. Me chamo May, sou a pesquisadora da região sul. A pedido do professor daqui do norte, vim ajuda-lo com as pesquisas. Muito prazer.

Ela levantou a cabeça um pouco e olhou Tony, ela estava bem perto dele e ele podia sentir o cheiro de jasmin que vinha dela. O cabelo loiro pendurado pelos ombros serviam quase como uma moldura para o que ela trazia acima da barriga.

- Então, o treinador teria que realizar algumas missões, pesquisas, treinamentos, objetivos, aventuras e essas coisas. Estamos realmente precisando de um treinador forte e destemido. Claro que ele ainda ganharia uma pokedex, um pokemon, um Kpad e outros utensílios para ajuda-lo na viagem e claro que eu ficaria, tipo, eternamente grata a esse treinador.

Ela deu uma piscada e Hererra puxou a orelha de Tony. Ele estava claramente querendo ajudar a pesquisadora.

Não tava mais aguentando, a mulher nomeada como May, era uma gostosa filha da puta, daquelas que atiçam como se não quisessem fazer aquilo, puta que pariu, eu tava ficando louco. Se ela tava usando suas artimanhas pra conseguir o que queria, podes crer que isso contribuiu muito para minha resposta.

- May né? Mas tu é gostosa pra caralho hein? Puta que pariu... - Levei a mão a minha calça e ajeitei sem escrúpulos meu cabeçudo dentro da calça pra ele ficar mais confortável. - Quanto a sua proposta, eu vou aceitar, estou precisando de dinheiro, e isso vai contribuir muito para meus objetivos futuros... Bora dar inicio logo nessas paradas? Aonde pega isso tudo o que você falou? - Perguntei ansioso para começar logo essa empreitada nova na minha vida.

May sorriu um pouco sem graça com a atitude do homem. Os homens do norte eram mais machistas daquele jeito, ao contrário dos nobres do sul. Ela tinha que admitir que tinha uma queda por homens daquele jeito. Então ela desconversou.

- Bem, para falar a verdade você poderia vir comigo ao laboratório do professor do norte. Ele tem a tecnologia e tudo mais daqui. A cidade dele fica a duas cidades daqui seguindo para o leste. Podemos passar a noite aqui na cidade e partimos amanhã de manhã, que tal?

Ela sorriu provocadoramente e então se levantou, batendo de leve na bunda por cima do jaleco.

- Nada mal, nada mal, concordo. Tu tá se alojando em algum hotel por aqui, ou está dormindo no Center mesmo?

Observei a mulher se levantando daquela maneira toda sensual, e já ia me pondo de pé também para acompanha-la. Eu ainda ia dar uma bimbada nessa gostosa.

- Vai na frente que eu não sei muito bem o caminho... - Disse fazendo um gesto com a mão pra ela tomar a frente. Olhei pra Herrera com um sorriso safado, e perguntei baixo pra ele: Tu fez merda na cidade né? Tu acha que eu não desconfiei? Estamos indo pra lá, se eu fosse você, ou entrava numa das pokébolas, ou se disfarçava muito bem.