A aventura de Antonio "Tony" Montana

A noite começava a cair em Plum city quando o grande navio de cruzeiros aportou. As pessoas saíam das suas cabines, revigoradas e animadas, porém um passageiro em especial parecia incomodado. Antonio "Tony" Montana, um famoso gangster estava naquele cruzeiro, fugitivo do seu continente natal, Tony iria tentar a sorte no continente de Brazen. Novos ares, novos pokemons, novas cidades. Claro que o continente possuía os velhos pokemons também, mas isso pouco influenciava a decisão dele por esse continente. Sua escolha foi mais por ser um continente distante, onde ele poderia começar a reconstruir o seu império, ali ele seria o chefe, o grande. Ele respirou fundo conforme saia da sua cabine e encarava a noite em Plum. Estava na hora de um novo recomeço.

Recomeçar do zero, essa era a frase que não saia da minha cabeça desde que eu embarquei naquele cruzeiro com o pouco dinheiro que me restava. Eu teria tudo de volta em dobro, isso eu tinha certeza, minha determinação era algo que eu não jogava fora por nada, e seria dali em diante que eu mais precisaria dela.

- Plum City... que nome estranho do caralho... - Olhei em volta e como de costume de uma cidade portuária, vi aquelas feirinhas de vendas de peixe, crustáceos e essas coisas toda. Coloquei a mão no bolso e pude sentir um bolo enroladinho de dinheiro. Um alivio pra mim, pelo menos não passaria fome. Acho que se totalizava mil reais, o resto da minha grande riqueza.

- Onde será que tem uma loja por aqui? Preciso comprar umas pokébolas e depois me hospedarei em algum hotel de 5° mesmo, só assim economiza a grana.

Eu cresci, não nasci rico, então conviver em lugares assim não me era assustador, só estava mal acostumado com o tempo em que o dinheiro não me faltava.

- Um dia me vingarei de todos aqueles que me traíram.

A cidade possuía três portos e várias praias, em algumas delas Tony podia ver fogueiras acesas. Conforme caminhava pelas ruas de pedras da cidade, ele pode ver uma grande placa com um mapa da cidade. Ali ele pode identificar onde ficava o Market, o centro pokemon, o ginásio da cidade e outros lugares turísticos como o aquário, as piscinas aquecidas e o palco de shows. A noite estava abafada, provavelmente era verão ali, e muitas pessoas caminhavam com as suas famílias ou namorados pela rua. Muitos estavam de kimono e sandálias de madeira, criando um barulho irritante de tlek tlek tlek por causa da madeira batendo na pedra a cada passo de cada pessoa.

No céu as vezes passavam algumas sombras voando, provavelmente pokemons voadores indo de um lado para o outro, mas no chão o gangster não conseguiu identificar nenhum pokemon.

- Que merda de barulho chato! O que esse povo tem na cabeça pra andar com um calçado tão desconfortável?

Parei em frente aquele mapa e botei a mão no queixo analisando o lugar. Decidi ir primeiramente no Market pra comprar umas pokébolas, e depois eu ia pra uma daquelas praias, lá com certeza tinha algum pokémon maroto aquático.

- Ae coroa, me vê três pokebolas ai por favor... espero que você faça uma promoção pra mim. - Disse o encarando seriamente. Será que meu jeito intimidador ainda estava bom?

Ao chegar no Market, Tony percebeu um ambiente diferente do que estava acostumado. O vendedor trajava uma camisa florida, bermudas cargo e um chapéu de palha. No seu pescoço, um colar de flores baratas de plástico completavam o visual.

- Seja bem vindo turista. Que sorte a sua!! Estamos com o estoque de pokebolas no limite hoje, sabe, preço promocional para um homem como você!! Poderá levar quatro pokebolas pelo preço de três. Por míseros 1000 pokedinheiros elas são suas!!

Tony sabia que aquele era todo o dinheiro que trazia consigo, agora restava decidir o que iria fazer.

Nossa, cada vez mais que eu passava naquela cidade, eu me sentia incomodado com os habitantes da mesma. Antes era o chinelo de madeira, agora é um vendedor totalmente jeca trajando aquelas roupas gastadas de tanto lavar. O pior de tudo que o bom humor e a gentileza do cara abafaram minha pequena intimidação, que foi jogada pra escanteio por uma oferta que ele dizia pra lá de vantajosa, mas que pra mim seria uma desgraça.

- Tá louco cara? Três pokébolas por 1000 reais? Você tá me vendendo elas pelo preço original que é 250 Pk$, não venha me enganar. Eu conheço esses esquemas de vendedores, posso ser turista, mas não sou burro. Mas vamos fazer uma coisa aqui, acrescenta mais uma pokébola nesse pacote, que você leva os 1000. Sei que seria uma boa pra você pegar essa grana na mão, já que a maioria passa no cartão de crédito. - Disse a ele enquanto balança minhas notas esverdeadas.

O vendedor olhou para Tony com certo desconforto mas logo reassumiu o seu sorriso. Ele deu uma alta risada, fazendo com que os outros clientes dessem risada juntos. Era algo, no mínimo, irritante para Tony.

- Meu caro, em Brazen a utilização de pokebolas realmente só serve para turistas, por isso o alto preço. é pegar ou largar essas últimas três pokebolas.

O vendedor balançou as três pokebolas na frente de Tony imitando o que ele fez com o dinheiro.

Era incrível como certas situações perseguiam Tony para ele mostrar realmente quem era. Aquele filho da puta desse vendedor tava se achando o foda, mas ele ia ver só, vai chegar uma época que ele vai me dar as coisas de graça de tanto medo de mim.

Aquela situação estava passando dos limites, e eu não poderia suporta todo aquele desaforo para a minha pessoa.

- VAI TOMAR NO CU, FILHO DA PUTA! - Disse dando um tapa forte sobre o balcão de madeira que separava eu, e o vendedor. - Pega essas três pokébolas, e enfia no seu rabo uma por uma, viadinho do caralho.

Estava irritado, muito irritado, minha cara estava pra poucos amigos, e eu não escondia isso.

- Grave o meu rosto, nos encontraremos em breve. - Disse enquanto caminhava para fora do Mart, saindo daquele estabelecimento xexelento. Olhei em volta, e avistei a praia. Como ainda não era nem meio-dia, resolvi dar um pulo lá.

Assim que cheguei na praia, me sentei na areia e fiquei observando o mar. Aquela vista me lembrava muito Cuba e suas praias, claro que lá era mais bonito, mas pelo menos isso me deixava mais calmo.

O vendedor se assustou e caiu no chão de costas, batendo a cabeça na prateleira atrás dele. As pokebolas caíram no chão e foram para baixo do caixa. As pessoas ao redor ficaram tensas e abriram caminho para Tony passar. Já do lado de fora da loja, o sol estava brilhante, tornando o mormaço a palavra de ordem. A areia estava quente, mas a brisa do mar trazia certo conforto para o gangster. Algumas pessoas passavam e ficavam comentando sobre o homem de terno no meio da praia.

De repente um certo barulho de gente gritando chamou a atenção de Tony. Ao olhar para a direita, ele pôde perceber um grupo correndo atrás de alguma coisa. Eles ziguezagueavam pela areia, ora indo para perto do mar, ora correndo pela areia na direção da cidade. A multidão estava vindo na sua direção e poderia passar por cima dele, eram mais de vinte pessoas.

- Não o deixem fugir!!
-Volte aqui seu encrenqueiro!!

Tony começou a correr, seus sapatos se enchendo de areia. Era um correr meio desengonçado graças a fofura do chão. Pelo menos ele mantinha uma distância segura da multidão, que parecia realmente segui-lo. Quando estava perto do final da praia, alguma coisa pousou no seu ombro. Ao olhar para o lado, Tony viu grandes olhos vermelhos o encarando.

- LIL !!! PHOE!!

O bicho apontava para as pedras mostrando um possível caminho. Ele era preto no rosto, um bico cinza e um “colarinho branco”. No topo da cabeça, algo que se assemelhava a um chapéu com antenas. Seus braços eram azuis e o torso todo amarelo. Suas patas eram pretas. Ele parecia bem confortável sentado no ombro do gangster e lhe dando ordens de para onde seguir. Debaixo do seu outro braço estavam três pokebolas.

Fudeu! Foi a única palavra que veio em mente quando eu percebi que estava no fim do caminho. Aqueles desgraçados, por que diabos eles estavam me perseguindo? Nunca ouviram um palavrão na vida? Ou será então quando o vendedor caiu, ele acabou desmaiando? Ah, eu não tinha tempo pra pensar nisso, eu tinha que vazar dali.

- Ham... Mas o que? - Fui pego de surpresa pela aquela suposta ave pousando no meu ombro, em outros ocasiões eu ia repreende-la com alguns tapas, mas ela parecia me mostrar uma saída daquele "beco".

Quando ele me apontou o local da fuga, não pensei duas vezes em ir pra lá, chegando até as pedras procurando um possível caminho entre elas.

Tony e a ave escalaram algumas pedras e depois de alguns minutos de aventura, a ave mostrou uma pedra mais distante e escondida. Tony estava bem cansado, mas a ave parecia animada, olhando ao redor. A multidão tinha parado de segui-los e se dispersado. As ondas batiam com grande intensidade onde eles estavam. Por fim, o pokemon se sentou ao lado de Tony, como se fossem amigos admirando a paisagem e nada tivesse acontecido. Ele segurou as três pokebolas nas suas patinhas e as encarou por alguns minutos.

Depois de subidas e mais escaladas, eu consegui escapar da multidão sem nenhum ferimento. Claro que minha mão tava meio fudida por causa daquelas pedras, mas nada comparado a ser espancado por uma multidão. Tudo graças aquele pokémon, eu estava devendo a minha vida a ele.

- Muito obrigado camarada, tu salvou a minha vida, e serei grato a você todos os dias em que eu viver. - Olhei na suas patas e vi as três pokébolas, será que ele roubou do vendedor? - Tu pegou essas pokébolas aonde em rapaz? - Disse retirando as pokébolas da pata do pokémon. - Tá, não precisa falar... - Observei ele por alguns instantes... ele parecia ter curtido a minha presença.

- Ae, quer vir comigo? Seja meu parceiro, parece que a gente tem muito em comum. - Disse lhe mostrando uma das pokébolas a ele.

Com um salto, o pokemon pegou as pokebolas de volta e jogou uma delas na cabeça de Tony. Ela se abriu e um raio vermelho deu um choque no gangster. Em seguida ela caiu no mar. A ave o olhou meio perdida, ela realmente esperava capturar o Tony. Com um suspiro, ele entregou uma das pokebolas para ele e ficou com a restante. Em seguida, subiu no ombro do homem. Ele tinha uma cauda azul com uma pena no final, a qual ele tentou enrolar no pescoço do seu novo companheiro, porém só lhe fez cócegas. Parecia que ele tinha escolhido Tony como seu mais novo companheiro.
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Mas que filho da mãe... sorte que ele tinha crédito comigo, e eu precisava tratar ele bem por que ele me poderia ser bem útil futuramente, e que também... eu gostei dele, não podia negar.

- Ouu, relaxa ai cara. - Disse pegando a pokébola que ele tinha me dado e guardado dentro do bolso. - Somos parceiros daqui em diante, sacou? Vou te chamar de Herrera, tá certo?

Olhei pro lado oposto da cidade e agucei meu olhar pra ver o que tinha dali em diante, já que pra cidade eu não podia voltar. Tinha que seguir pelo lado oposto.

- Ei Herrera, que tal me mostrar seus ataques? Não em mim é claro, mas lança naquelas pedras ali na frente pra eu dar uma olhada.

Phoenalil respirou fundo e moveu a sua cauda, fazendo cócegas no pescoço de Tony. Em seguida ele olhou fixamente para o gangster com os seus enormes olhos vermelhos.

- Mim...não...cara...parceiros....mostrar...me....

Ele saltou do ombro do Tony e ficou olhando para ele a espera de alguma coisa. Ele lançava a pokebola para cima e para baixo. Para o outro lado das rochas, além do mar, existia somente uma densa floresta.

- Mas cara, tu é bem incomum mesmo... - Disse com um tom surpreso ao ouvir ele repetir algumas palavras que eu disse, realmente era interessante aquele pokémon.

- Daqui a pouco tu vai saber falar que nem eu, só observar o que eu vou dizendo e ir gravando, sacou? - Observei por um tempo aquela densa floresta, e comecei a descer pelas pedras pra chegar perto das primeiras árvores que me levavam pra dentro daquela mata fechada.

- Vou pegar algum poké por aqui...

Herrera o olhou por alguns instantes e respirou fundo quando Tony não fez o que ele esperava. Ele pegou uma pedrinha e tacou na cabeça dele. Em seguida ele correu atrás dele e subiu pelas suas costas, sentando no seu ombro.

- Cara...tu....poke....sacou? Tu ... Observar.....eu.....ir....sacou? Tu....mostrar....seus....ataques....eu, observar.

Herrera moveu o bico como se desse um sorriso e apontou para o meio do mato. Sua cauda, novamente, fazendo cócegas no pescoço do gangster.

Realmente eu tinha ignorado o que Herrera tinha falado, ele tinha que se ligar ali que quem mandava sou eu, não ele. Fingi que não senti a pedra que ele tacou na minha cabeça e continuei prosseguindo adentrando a floresta com ele sobre o meu ombro. Olhei pra um lado e pro outro, e só via árvores e mais árvores.

Tony e Hererra continuaram andando pela floresta fechada por alguns minutos. Eles ouviam barulhos vindos de todos os lados, porém não conseguiam identificar da onde vinham e nem as suas fontes. Por fim chegaram a um pequeno lago, uns dez metros de diâmetro. Nele algumas vitórias régias boiavam de um lado para o outro, o resto do lago completamente cristalino. As bordas do lago estavam chamuscadas em todas as direções. De vinte vitórias régia, umas cinco possuíam uma flor avermelhada em cima da sua folha. Hererra já saltou do ombro do mafioso e foi tomar um pouco d´água.

Um lago no meio da floresta, que interessante, então além de pokés insetos e alguns grama, por aqui deveria ter também alguns aquáticos... Melhor da uma verificada depois de dar uma descansada na grama desse lugar. Acho que pelo menos eu teria um momento de paz agora.

- Vou dar uma descansada, por que foi foda essas ultimas horas... - Disse enquanto me repousava deitado na grama.

Quando Hererra se aproximou da água, um pilar de fogo saiu do lago, fazendo-o voar. O pilar chegou a chamuscar a roupa de Tony, o qual levantou o mais rápido que conseguiu. O gangster pode ouvir alguns risinhos, mas não tinha ninguém aparentemente em volta.

- LIL !!!

Hererra pousou no ombro de tony novamente, mantendo os seus olhos fixos no lago.

- Mas que porra é essa? - Perguntei alto na hora do susto enquanto me levantava rápido. - Imaginaria todo tipo de elemento aqui, menos fogo, daonde saiu essa porra... - Disse andando pra trás e tentando identificar aquela merda. Escutei uns risos por perto, tinha algum filho da puta querendo me sacanear.

- Apareça seu viadinho!

Agora a borda do lago estar chamuscada fazia sentido, porém somente os risinhos ecoavam pelo local. As vitórias régia se moviam no lago, como se tivessem sido sopradas pelo vento.

- Porra!! Viadinho!! - Gritou o pokemon companheiro.