O início de Braum

Alguns dias tinham se passado desde que Braum havia iniciado a sua jornada. O homem que comprara as suas terras lhe fizera o favor de indicar o caminho que ele deveria seguir para encontrar o laboratório do professor responsável pela região de Bennoh. Inclusive até lhe deu carona na sua velha carroça de madeira, ambos estavam indo para a cidade de Platonia. A carroça chacoalhava, sendo puxada por fortes vacas verdes.

- Estamos perto, jovem. Platonia fica logo depois dessas colinas.

A paisagem parecia bem comum para Braum: colinas cobertas por grama e algumas flores. Arvores espalhadas e um pequeno rio correndo em curvas para lá e para cá. Tudo parecia bem tranquilo. O sol estava forte e poucas e brancas eram as nuvens presentes. A carroça estava cheia de palha e o menino estava em cima dela. O velho homem, já de barba branca e um pedaço de grama na boca, passara a viagem inteira em silêncio.

- Eu só venho até aqui, jovem. Siga essa estrada e encontrará a cidade e o laboratório. O professor se chama Abel e poderá te ajudar com a sua jornada. Boa sorte.

- Estamos perto, jovem. Platonia fica logo depois dessas colinas.

Depois de alguns minutos de caminhada, que serviram para acordar o garoto, ele pode enxergar a cidade de Platonia. Chamar Platonia de cidade era uma grande hipérbole, ela não passava de um vilarejo, uma dúzia de casas simplórias cercadas por cercas brancas e grandes jardins bem cuidados. Os telhados, na sua grande maioria, eram de um tom azulado e algumas pessoas caminhavam tranquilamente pelas ruas de terra batida. Duas construções chamavam a atenção em Platonia: uma casa de três andares toda feita de janelas de vidro espelhado e uma construção arredondada de um andar de teto vermelho. Logo na entrada, Braum podia ver uma placa com o direcionamento para um tal de Centro Pokemon e outro para Laboratório do Abel. Ele poderia escolher para onde ir, obviamente, porém antes que tomasse uma decisão, uma senhora que deveria estar nos seus setenta anos veio caminhando com a sua bengala.

- Lucy!!! Cade você você garota!!

Ao se aproximar um pouco mais de Braum, a senhora o olhou de cima a baixo. Ela ajeitou os seus óculos, tossindo fortemente em seguida. Ela estava sem ar.

- Por favor, você precisa me ajudar a achar a Lucy. Ela é uma Lucerva, por favor ela é a minha única companheira.

- Por favor, você precisa me ajudar a achar a Lucy. Ela é uma Lucerva, por favor ela é a minha única companheira.

- Minha senhora, veja bem, eu não faço a mínima idéia do que seja essa Lacraia que você falou aí, mas eu posso tentar ajudar. Como ela é exatamente?

Ela enrugou ainda mais a sua testa, mas um sorriso se formou nos seus lábios. Ela tossiu mais uma vez e levou um pano aos lábios para limpá-los.

- Bem, a Lucy é um pokemon lindo. Ela tem um lindo cachecol laranja e tem chuquinhas marrons dos dois lados da cabeça. Alem disso ela esta um pouquiiiiiinho acima do peso. Ela tem um rabo preto gorducho e perninhas vermelhas. Bom, todo mundo sabe como uma Lucerva é....não deve ser difícil de acha-la. Estarei esperando no laboratório do professor Abel. Muito obrigado, menininho. Ah....a Lucy é bem carinhosa e adora ser prestativa.

Ela apertou a bochecha de Braum e deu um tapinha fraco antes de sair caminhando lentamente em direção ao laboratório. O que Braum faria nesse momento?

A cidade em si parecia um poço de marasmo. Bem tranquila, com algumas pessoas cuidando dos seus jardins ou passeando. Alguns, três, pokemons diversos e que ele nunca tinha visto, estavam espalhados pelos campos. Ele decidiu por se aproximar de uma menina com uma sombrinha e um longo vestido amarelo florido.

- Em que posso te ajudar? Você não é daqui, não é mesmo? Me chamo Daiana, prazer. Da onde você é? O que busca por aqui? Em que posso te ajudar? Por que eu? Esta de passagem? Conhece Platonia da onde? Esse lugar é muito calmo, quero ir logo para outro lugar. Mas pra começar a minha jornada eu tenho que falar com o professor Abel. Fiquei sabendo que ele é super cute. Já sabe com qual pokemon vai começar a sua jornada? Eu estou suuuper na dúvida.

Daiana falava sem parar, nem parecia respirar. Ela era bem energética e o seu bé batendo constantemente no chão demonstrava isso. Suas mãos faziam gestos abrangentes conforme ela falava, como se para ilustrar as frases. Ela tinha um cabelo Chanel castanho e olhos esmeralda. Impaciente, esperava pela resposta do menino.